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As certezas e as dúvidas no ano de 2023 na DRAP Alentejo

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O trabalho de proximidade tem sido uma característica determinante da DRAP Alentejo. Esse trabalho é feito para servir o setor primário e a região, com um número de recursos humanos cada vez menor em que a solução para responder às solicitações tem passado pelo acréscimo de eficiência.

Como o aumento da eficiência é complexo e influenciado por vários fatores, até de natureza motivacional, será determinante compreender o que se pretende atingir para possibilitar a obtenção de resultados positivos.

O ano de 2023 não foi fácil, porque durante a segunda metade do ano as atividades foram realizadas com conhecimento do Decreto-Lei n.º 36/2023, de 26 de maio. Foi apenas mais um Decreto-Lei. Só que neste caso determinou a conversão das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional em Institutos Públicos, com integração das Direções Regionais de Agricultura e Pescas. Esta integração cessa a história de uma Entidade no Alentejo com mais de 40 anos de proximidade aos agricultores e à região como serviço desconcentrado do Estado. Parece fácil, mas parar a história com mais de 40 anos, no mínimo cria dúvidas e incertezas.

As dúvidas e incertezas existem e podem ser reduzidas com conhecimento, resultante de informação, na posse de pessoas ou armazenado, para permitir a análise, o planeamento, a decisão e a organização no momento da integração de uma Entidade caracterizada por uma história de proximidade ao setor mais relevante da região, construída durante mais de 40 anos, noutra Entidade que tem estado menos próxima do setor.

É verdade! O setor primário é o suporte de diversas atividades, sendo na região Alentejo o mais relevante quando há uma análise correta de alguns parâmetros. Por exemplo, quando se refere que o valor acrescentado bruto da agricultura em % do PIB, segundo a Pordata (INE - Contas Económicas da Agricultura), subiu na década de 2010 a 2020 de 5,7% para 8,8%, não se analisa o impacto dos produtos transformados e derivados das espécies animais e vegetais, sejam herbáceas ou florestais, e de todas as atividades do setor terciário (serviços e comercialização), incluindo o turismo rural e gastronómico. Tudo isto representa muito mais para a região e contribui com um valor muito maior.

Não é só na análise económica também o é na análise social. Ao verificarmos que no Alentejo apenas 11% da população ativa se encontra no setor primário temos de perceber que existe população ativa dependente das agroindústrias, das empresas de serviços, dos diversos Operadores e serviços que estão direta e indiretamente associados às atividades agropecuárias e, na globalidade, representa um número muito mais elevado e significativo.

A seguir necessitamos de compreender que todas essas pessoas reduzem o risco de uma degradação das regiões, do seu ambiente e dos seus ecossistemas. Evidente, sem pessoas e, sobretudo, sem a gestão correta e adequada do denominado “Mundo Rural” está garantida a degradação, a falta de preservação e de coesão da região.

Para continuação do serviço prestado a um setor que na região Alentejo é, como já foi indicado, muito maior e importante do que uma apreciação simplista pode fazer crer, haverá necessidade de considerar mais do que a visão, missão e valores.

As decisões podem ser tomadas, no entanto, parece claro que um setor fundamental numa região com um terço da área geográfica do Continente, 54% da SAU, mais de 50% dos reprodutores de grandes e pequenos ruminantes e um contributo bastante importante para o crescimento das exportações portuguesas, necessita do planeamento e da organização para garantir a manutenção da capacidade de atuar em função das competências a atribuir e dos recursos a disponibilizar.

Os principais recursos são os humanos e qualquer abordagem ou reflexão permite concluir que os estímulos motivacionais exercem influência na capacidade de realizar as tarefas e a sua execução uma garantia do crescimento de um setor, que em qualquer indicador, económico, social e ambiental, é fundamental para a sustentabilidade da região Alentejo.

Perante as certezas e as dúvidas que caracterizaram o 2.º semestre de 2023 continuou a verificar-se a dedicação, o esforço e a entrega, suportada pelo conhecimento e pelo saber fazer, na realização das atividades, que mantiveram a dinâmica de proximidade e de acompanhamento do crescimento do setor primário na região Alentejo. Tudo isto é confirmado com dados, informação e conhecimento, por isso, resta reconhecer e agradecer. Obrigado!

Como a vida é feita de ciclos e de esperança, que 2024 seja um Excelente Ano.
BOAS FESTAS!

 

Prof. Doutor José Godinho Calado
Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo